Doença da Vaca Louca: Caso Suspeito Gera Alerta em Caratinga, Minas Gerais
Médicos internaram um homem de 78 anos em Caratinga, Minas Gerais, com suspeita de encefalopatia espongiforme, também chamada de “doença da vaca louca”. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclareceu que ainda não há confirmação oficial da doença. A hipótese mais provável é a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) na forma esporádica, uma condição rara e fatal.
Entendendo a Doença de Creutzfeldt-Jakob
De acordo com a SES-MG, a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma desordem cerebral neurodegenerativa rara que atinge principalmente pessoas entre 55 e 70 anos, com uma média de idade de 65 anos, sendo um pouco mais frequente em mulheres. A DCJ esporádica é caracterizada por sintomas como perda de memória, tremores, falta de coordenação motora e distúrbios de linguagem e comunicação. A doença possui uma evolução rápida e é fatal, levando a maioria dos pacientes ao óbito em até um ano após o surgimento dos sintomas.
Além disso, a DCJ esporádica, diferentemente da doença da vaca louca, ocorre espontaneamente e não possui relação com o consumo de carne bovina contaminada. No caso do idoso de Caratinga, os profissionais coletaram amostras para análise, e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs Minas) junto à Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano acompanham de perto a situação.
Diagnóstico e Exames Específicos
Para obter um diagnóstico mais preciso, o exame da proteína 14-3-3 no líquor é um dos mais utilizados. Essa proteína é um marcador de lesão neuronal e possui alta especificidade para o diagnóstico da DCJ. No entanto, a confirmação definitiva só é possível através de exame neuropatológico realizado em fragmentos do cérebro, o que só pode ocorrer após o óbito do paciente.
A Doença da Vaca Louca e a Variante da DCJ (vDCJ)
A forma variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ), por outro lado, é a que está diretamente associada à encefalopatia espongiforme bovina, popularmente chamada de doença da vaca louca. Em outras palavras, a vDCJ ocorre quando há ingestão de carne ou produtos de origem bovina contaminados com príons. Esses príons, portanto, são agentes infecciosos que causam sérios danos cerebrais em humanos. Entretanto, essa variante acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos, e surgiu pela primeira vez na indústria de pecuária do Reino Unido nos anos 1990, quando produtores alimentavam bezerros com farinha de carne e ossos bovinos.
Medidas Preventivas e Controle
Desde 1998, o Brasil proibiu a importação de carne e derivados bovinos de países com casos de doença da vaca louca para prevenção. Segundo o Ministério da Saúde, a DCJ esporádica não é contagiosa e, portanto, não apresenta riscos de transmissão entre pessoas.
Embora a doença não tenha cura, os médicos recomendam o tratamento de suporte para melhorar a qualidade de vida do paciente.